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08 novembro 2010

Quando as crianças encarnam na gramática...

 “Pai…”
- “Hmmmm…?”
- “Como é o feminino de sexo?”
- “O quê?”
- “O feminino de sexo.”
- “Não tem.”
- “Sexo não tem feminino?”
- “Não.”
- “Só tem sexo masculino?”
- “É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. masculino e feminino.”
- “E como é o feminino de sexo?”
- “Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.”
- “Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.”
- “O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra “sexo” é masculina. O sexo masculino, o sexo feminino.”
- “Não devia ser ‘a sexa’?”
- “Não.”
- “Por que não?”
- “Porque não! Desculpe. Porque não. “Sexo” é sempre masculino.”
- “O sexo da mulher é masculino?”
- “É, não! O sexo da mulher é feminino.”
- “E como é o feminino?”
- “Sexo mesmo. Igual ao do homem.”
- “O sexo da mulher é igual ao do homem?”
- “É. Quer dizer… Olha aqui. Tem o sexo masculino e o sexo feminino, certo?”
- “Certo.”
- “São duas coisas diferentes.”
- “Então como é o feminino de sexo?”
- “É igual ao masculino.”
- “Mas não são diferentes?”
- “Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.”
- “Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.”
- “A palavra é masculina.”
- “Não. “A palavra” é feminino. Se fosse masculina seria “o pal…””
- “Chega! Vai brincar, vai.”


O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
- “Temos que ficar de olho nesse guri…”
- “Por quê?”
- “Ele só pensa em gramática…”
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Este é um Blog de ficcão e fantasia. Toda e qualquer semelhança com fatos e/ou nomes reais é mera coincidência.